Celebrado desde a década de 90, em diversos países, o Dia Mundial da Água, em Alagoinhas, ganhou conotação de pauta não apenas ambiental, mas social neste 22 de janeiro, na Câmara de vereadores.
É que a Prefeitura partiu da data comemorativa para promover debates, discussões e incitar a reflexões no âmbito municipal no que se refere à necessidade de se enfatizar, junto à população, a importância do consumo consciente.
Foi com foco na educação ambiental, na proteção de nascentes e na recuperação de áreas degradadas para a preservação de recursos hídricos que a Administração Pública Municipal realizou o I Encontro das Águas.

Foto: Kekeu/SECOM
A iniciativa, que integra o Programa “Alagoinhas 3+”, partiu da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (SEDEA), que enxergou, na data comemorativa, uma possibilidade de chamar a atenção da sociedade civil, dos órgãos públicos e de instituições para a questão da sustentabilidade.
“Respeitar o meio ambiente é o primeiro passo. Temos buscado, com ações da secretaria, despertar a consciência de crianças e adultos para uso racional da água e para a preservação dos recursos naturais, mas sabemos que é preciso multiplicar as práticas conscientes para incentivar comportamentos profícuos. Então nosso objetivo, com o evento, é promover essa troca, fomentar as discussões e também atentar para o cuidado a esse recurso fundamental que é a nossa água”, afirmou José Edésio Cardoso, secretário responsável pela pasta.

Foto: Kekeu/SECOM
Durante o encontro, que se iniciou às 9h, nesta sexta-feira (22), foram realizadas palestras, bate-papo com especialistas e uma mesa de interação com os participantes.
No centro do debate, o laborista e coordenador de tratamento de água do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Adriano Almeida, discorreu sobre os principais usos da água e destacou a necessidade de se rediscutir hábitos pensando no futuro.

Foto: Kekeu/SECOM
A diretora do SAAE, Maria das Graças Reis, que também participou da ação, ressaltou que as metas para a universalização do acesso à água potável não dependem exclusivamente da racionalização do consumo, mas de um saneamento ambiental que integre posturas da saúde, do meio ambiente e da educação e garanta níveis crescentes de salubridade, abastecimento de água, gestão de resíduos.
“A gestão de recursos hídricos não pode ser analisada isoladamente. É preciso pensar no saneamento ambiental como um todo. O que temos, no SAAE, não é apenas um prestador de serviços. Nossa missão é maior que isso”, ponderou, no evento, a diretora do SAAE.

Foto: Kekeu/SECOM
A bióloga e presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA), Jéssica Souza, se juntou às discussões e proposições da mesa, e lembrou que o acesso à água potável – direito e condição essencial – ainda não é uma realidade para muitas famílias. “Falar de Alagoinhas e não lembrar da água é praticamente impossível. Precisamos falar sobre a questão para atingir o objetivo da Organização de Desenvolvimento Sustentável”, pontuou.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), de 2017, no mundo, 3 em cada 10 pessoas não têm acesso à água potável em casa e 6, em cada 10, carecem de saneamento seguro.
Em Alagoinhas, que tem na qualidade da água, proveniente do Aquífero de São Sebastião, o grande atrativo do período pós-industrial, o saneamento continua sendo um desafio que a gestão Joaquim Neto resolveu tomar para si na busca por avanços e melhorias à população.
Com as obras do PAC 1, do PAC 2 e do programa Saneamento para Todos, já em andamento, a Administração Municipal pretende dar um grande salto e quase dobrar a capacidade de atendimento sanitário do município.
Segundo o prefeito Joaquim Neto, é unindo esforços e integrando ações do SAAE, da SEDEA, da saúde e da educação que o município pretende trazer resultados efetivos à comunidade.

Foto: Kekeu/SECOM
No encontro desta semana, a vice-prefeita Iraci Gama, que representou o chefe do executivo na Câmara, enfatizou a questão cultural e histórica da água, que ocupa um papel central no que tange ao desenvolvimento de Alagoinhas. “É preciso respeitar o meio ambiente e pensar efetivamente em como contribuir para que a água seja, cada vez mais, algo significativo, valioso para a nossa cidade. É tendo como base esse objetivo que temos trabalhado”, disse a professora e secretária de cultura do município.

Foto: Kekeu/SECOM
Também participaram da mesa, no evento, o enfermeiro Carlos Vinícius de Araújo e o engenheiro agrônomo Volney Fernandes, diretor da empresa FLORAR e responsável pela consultoria técnica do PSA (Pagamento por Serviços Ambientais) no município.
No debate, Volney Fernandes discorreu sobre preservação ambiental e salientou a falta de gestão dos recursos hídricos como um dos principais desafios a serem enfrentados no país.

Foto: Kekeu/SECOM
De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, é justamente visando a ações que garantam resultados exitosos e fortaleçam as práticas sustentáveis que a equipe técnica tem trabalhado em Alagoinhas.
A SEDEA informou ainda que o PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), cujo contrato já foi assinado e que foi citado no encontro, uma vez que traz contribuições efetivas para estimular a proteção dos serviços ecossistêmicos no município, aguarda a posição da Câmara para iniciar a fase de execução.
O evento desta sexta-feira foi aberto ao público e reuniu, além dos representantes da esfera pública, também profissionais da área, estudantes e membros da sociedade civil.
Os certificados para participantes, segundo a secretaria, serão entregues apenas às pessoas que assinaram presencialmente a lista no dia do encontro.