Os participantes do grupo de homens do CRAS Nova Brasília iniciaram, na manhã desta quarta-feira, 10, o projeto “Raízes da Comunidade”. A iniciativa, que une momentos de bate-papo e atividades de plantio, partiu da psicóloga da unidade, Raíssa Barros, que vem mobilizando o público para reflexões mais profundas sobre sentimentos e experiências pessoais.
“Estamos com esse grupo de homens dentro do Serviço de Convivência, realizando essa atividade semanalmente. Diante do Setembro Amarelo, mês de valorização da vida e prevenção ao suicídio, trazemos essas temáticas de forma mais leve, enquanto desenvolvemos a criação de uma horta comunitária. Nesse espaço, surgem também relatos de vida desses homens, que compartilham as dificuldades sociais e econômicas que enfrentam. Trabalhamos suas particularidades e buscamos potencializar essas questões”, explica Raíssa Barros.
Segundo a psicóloga, o projeto, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes), contará com o apoio de especialistas da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente (SDRA). “Começamos a preparação da terra hoje e, na próxima semana, receberemos a equipe da SDRA, que vai nos orientar sobre como realizar a compostagem do material orgânico que estamos recolhendo. Os técnicos também ministrarão uma aula prática sobre preparo do solo, escolha de sementes, adubação e plantio. Os homens do nosso grupo serão responsáveis por cultivar e cuidar da colheita. O que for produzido será dividido entre eles ou doado à população da região”, informa Raíssa.
Para Ailton Libório Pereira, 53 anos, o “Raízes da Comunidade” surgiu em um momento exato em que ele resolveu investir em si, olhando para o futuro de maneira mais generosa consigo. “Esses encontros têm sido muito importantes para nossa integração. Aqui temos um espaço de proteção, onde conversamos todas as quartas-feiras. Agora, com a horta, certamente ficaremos ainda mais motivados a participar. Projetos assim afastam as pessoas dos vícios e das ruas, nos dão propósito. Decidi que, se eu não gostasse de mim, ninguém mais gostaria. Parei de beber há alguns anos e percebo o quanto esses encontros fortalecem outros homens a também deixarem os vícios e olharem mais para si mesmos”, finaliza.
Raíssa Barros
Ailton Libório Pereira
Fotos: Roberto Fonseca/Secom/Alagoinhas