A chefe do escritório de representação do Instituto Palmares na Bahia, Aline Silva, esteve em Alagoinhas nesta quinta-feira, 13, para visitar comunidades que manifestaram o interesse em iniciar o processo de reconhecimento como remanescentes de quilombos. A ação foi acompanhada por equipes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes) e da Superintendência de Participação Popular, responsável pela articulação da vinda da representante ao município.
As visitas foram realizadas nas comunidades de Boa União, Guabiraba, Pipiri Cachoeira, Miguel Velho e Tombador, com o objetivo de conhecer a realidade local, ouvir as lideranças e orientar sobre as etapas necessárias para o reconhecimento oficial. Atualmente, Alagoinhas já conta com quatro comunidades reconhecidas pelo Instituto Palmares: Buri, Cangula, Catuzinho e Oiteiro. Outras 10 pretendem dar início ao processo de certificação.
Segundo Aline Silva, “o reconhecimento é fundamental para que as comunidades quilombolas usufruam de políticas públicas voltadas a esse grupo nos âmbitosde saúde, educação, de infraestrutura, entre outras. É uma porta de entrada para o reconhecimento de direitos e um processo de reparação histórica”.
O gerente de Políticas Raciais, Povos Originários, Comunidades Tradicionais e População Negra da Sedes, Clécio de Oliveira, reforça que o processo de reconhecimento começa pela própria comunidade. “É preciso que a comunidade se veja e entenda como quilombo, promova reuniões e organize os documentos necessários para o reconhecimento. É um processo que precisa ser seguido de acordo com as orientações do Instituto Palmares”, explicou. O trâmite para o reconhecimento leva, em média, 180 dias.
O prefeito Gustavo Carmo falou da importância do trabalho de valorização das comunidades tradicionais no município. “Entendemos como primordial o reconhecimento das comunidades quilombolas e temos o compromisso de trabalhar por uma gestão voltada para a equidade social e o respeito à história e à identidade do nosso povo”, afirma.


