O casarão histórico da Família Leal, localizado comunidade do Oiteiro, zona rural de Alagoinhas, recebeu a visita técnica de uma equipe multidisciplinar formada por profissionais das secretarias de Cultura, Esporte e Turismo (SECET), e Assistência Social (SEMAS), nesta terça-feira (03). A visita serve como pontapé inicial para o processo de salvaguarda da memória histórica e cultural de espaços históricos de Alagoinhas.
De acordo com a SECET a fazenda da Família Leal reúne patrimônio material datado do século XIX, a área de cerca de 400 hectares era um importante centro de cultivo de cana de açúcar. A casa grande ainda guarda a mobília antiga, e dentre os cômodos a estrutura preserva uma masmorra que abrigava escravos.
Segundo o caseiro Zelito Rocha, que foi criado na fazenda, há cerca de cinco anos que o local está desabitado, desde então os herdeiros da família realizam visitas sazonais à propriedade. Visando preservar o valor histórico do espaço, a SECET agora busca viabilizar um canal de diálogo com os proprietários para discutir ações de requalificação e salvaguarda do patrimônio.
“Esse é um primeiro encontro de identificação de pontos chave da memória histórica e cultural do nosso município, vamos entrar em contato com a família para propor o tombamento desse espaço que guarda muito da história não só da nossa região, mas de uma época do nosso país”, explicou a vice prefeita e titular da SECET, Iraci Gama.
Estima-se que escravos que passaram pela fazenda da Família Leal formaram posteriormente as comunidades quilombolas do Oiteiro e Cangula, localizadas no distrito de Boa União. As comunidades reconhecidas pela Fundação Palmares hoje são foco de ações da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS).
Presente na visita o secretário Alfredo Menezes falou sobre a importância da valorização da memória e a promoção das ações de reparação junto aos grupos. “Essa região é o berço de comunidades quilombolas e possui um valor histórico inestimável para o nosso município. É através desse reconhecimento e das ações de fortalecimento da cultura desses grupos que implementaremos um processo de reparação efetivo”, afirmou Alfredo.